quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AMORFO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Silêncio pesa-me toneladas, como já aqui (que me é tão perto) disse.
tem um tom escuro, daí eu sempre preferir, O sépia. faz-me sorrir, até agora ou Agora talvez, me fez, "não sei", "não sei bem". independentemente de Hoje ser hoje ou Não, sempre me teve uma carga final, sempre preferi, e ainda prefiro, A/amanhã. talvez por ser mais sépia, "não sei", "não sei bem", mas cada vez que penso, em sépia, cerro os olhos, criancices, coisas que ficam, talvez, "não sei".

hoje visto o meu manto de estrelas, que tinha guardado, ontem, naturalmente, talvez, "não sei".
para então montanhamente pisar o mundo, como o hoje não poderia deixar de ser.
junto aqui (pois é sempre mais perto) a minha cidade de barcos, a este (que me toca) jardim e ordeno-lhes então que comecem a cantar,
transformo todos os pássaros em peixes e os peixes em touros,
para que então. me rasguem o céu.




este blog. acabou

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Redundâncias

espelho meu espelho meu
sendo eu um reflexo infinito de múltiplos fins, e o fim, ser sempre eu,
não existe fim, nem eu, nem espelhos.

domingo, 22 de novembro de 2009

i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all the things i do all the things i feel all
the things
i do all
the things i feel
i do
all the things
i feel i do
all
the things
i

feel





estou assim desde 5ª, Obrigado

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

I have a heart
have a Heart
a Heart
Heart

e assim me apercebi porque fico de fora.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"where's my punk spirit when i need it"




porque a chuva devia ser de pedra-pomes

terça-feira, 27 de outubro de 2009

tenho muito para dizer, mas ando chateado com as palavras, certas e erradas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"I have left you a present you will not find unless you look.
I have left a part of me there."



terça-feira, 13 de outubro de 2009

found you,
now,
find me.



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

think. act. now

sábado, 10 de outubro de 2009

música como Música

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

i became a prostitute
ele - "mas vais por esse caminho de novo? "
ela - "não sei. mas para onde queres que vá?"

Ele fica em #00000, ou; silêncio, ela #ed1c24 ou; silêncio que deixa rasto. Aquela que tinha como exemplo de construção, desabava-se/o. Desde muito, e por ela desde algum tempo então, que estava motivado em solidificar, evitar detritos. E por ela, dá por ele de novo a geometrizar. Sabe que o errado e o certo são apenas questões, logo subjectividades, portanto nem ousa acrescentar culpas, pois subjectividade + mundanalidades = #aabbcc, que é aquela cor que não aquece nem arrefece. Então, e caso o é, o de fugir, ambos o fazem, maneira mente.

Agora percebe-a, a ela, sim. mas perdeu-se/a.
(a cabeça está onde o coração a quer.)

domingo, 27 de setembro de 2009

aprender, para aprender

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

aprender a dar uma margem; sempre subjectivo

Oneida - The Adversary from Gerard Duffy on Vimeo.

domingo, 20 de setembro de 2009

notas de viagem

não acreditar em Deus ou Homem pois ambos são sucessivos erros das mãos de cada um.
sempre subjectivo, insisto

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

sempre subjectivo

terça-feira, 15 de setembro de 2009

- sabes? depois de saíres, ainda fico a conversar contigo um bom bocado.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

drama ou romance.
o elemento comum é o acto.

sábado, 15 de agosto de 2009

De saída

acho que é nesse autocarro que vais. onde espero pelo rasgar dos botões no abismo do tecido. e a estrada roda e morde como se estivesses aqui. e o braço dói, como tu sabes, quando o tempo muda. acho que é nesse autocarro que vais. e fico a pensar se me ouves quando por nada dizer tudo se conhece. acho mesmo que é nesse autocarro que vais. mas se não for não importa. a verdade há-de falar da generosidade do brilho. ficas agora a pensar se é nesse autocarro que vais. e digo-te que não. a estrada é pelo caminho mais curto onde as mãos são carvão de lápis a descobrir permanências. não penses que é nesse autocarro que vais.
eu também não.

Maria Quintans

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"Um Rato Modesto"

Well! Well!Well!Well!
We spun like birds on fire
Right down towards the residence, and I
I took all that I desired
Even crooks have to pay the rent
We swam like rats on fire
Right, right down the reservoir
We took all that we could carry
But we tried to carry more

And you know, you know, you know it all went wrong
And you know, you know, you know it was all wrong

We choked on street tap water
Well, I'm going to have to try the real thing
I took your laugh by the collar
And it knew not to swing
Any time I tried an honest job
Well, the till had a hole and ha-ha
We laughed about paying rent
Because the county jails, they're free

And you know, you know, you know it all went wrong
And you know, you know, you know it was all wrong

Deep water, deep water
Senseless denial
I went down like a rag doll as you would, child
Deep water, deep water
Senseless denial
I went down like a rag doll as you would, child

Oh, lucky, lucky, lucky, lucky me again.
I said it looks like I've got to use my feet again
Well I just spent my last one hundred dollars
God, I'll pay my bill again

Oh, I don't care
Oh, how I just don't care

Deep water, deep water
Senseless denial
I went down like a rag doll, shooken and shy
Deep water, deep water
Senseless denial
I went down like a rag doll rat of a child

Well, King Rat has me on his list again
I can never be on the fence again
I found out it's all loud
Open like an organ and it
Talk, talk, talk, talk again
He promised me that when I cheated him
But I could open my eye, well
Lucky, lucky, lucky, lucky, lucky
Lucky, lucky, lucky, lucky, lucky me again

Deep water, deep water
This senseless denial
I got fed like a fish, full of open smiles
Blue water, deep water
Oh, senseless denial
I got fed like a fish on the cardboard smiles

Well, well
What do you have to say for yourself?
I said, well, well
Well?
I said well, well, well, well!

Lucky, lucky, lucky, lucky me again
I hardly knew I should use my feet again
What do you have to say for yourself?
What do you have to say for yourself?

Modest Mouse, King Rat


Juro que queria,
ou gostava muito vá,
que alguém me cantasse isto

como istmo
e ao ouvido
Juro

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

interrompo o meu silêncio
com um desabafo;

estou cansado de gente emproada.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

people keep trying people

Pygmy Lush at the Monolith from James P on Vimeo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

quero o meu com perfume, por favor

segunda-feira, 6 de julho de 2009

underneath my skin there is violence

terça-feira, 23 de junho de 2009

os pleonasmos da viagem
O viajante sabe que o caminho se faz com engano, pois sabe que qualquer razão é falaciosa mesmo depois de redundâncias fora, portanto, segue viagem impreterivelmente.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

o viajante (antes de morrer) decide avisar os pretendentes a viajantes *1

O viajante sabe que a razão da viagem se deve ao coeficiente de atrito cinético ser menor que o coeficiente de atrito estático, e que para o coeficiente do primeiro seja constante a velocidade da viagem deve manter-se entre os 1cm/s e os diversos m/s. Sabe que a força do atrito está sempre na direcção contrária do movimento ou tendência do movimento. Sabe também que ambos os coeficientes dependem da natureza das superfícies em contacto, e são independentes da área de contacto, portanto é necessário evitar ter frio sobre frio, ser de ferro sobre ferro e juntas humanas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

como de o (substantivo) a a (adjectivo) vai um passo (de saudade):
Incontornavelmente a saudade faz com que o viajante, se vire.
As pedras que a sua mãe cautelosamente lhe aconselhou como substituto dos bocados de pão outrora utilizados por incautos jovens nos bosques, marcam o caminho ainda fresco dos seus passos. Segue-as, até que pára. Aí, a paragem ganha forma, corpo, espaço e nome; O s.f. meio de. A semelhança torna-se óbvia, tanto para trás de onde veio ou para trás para onde vai, é um retrocesso; adj. tormenta para qualquer individuo que partiu de.
O viajante encontra-se então no ponto de balanço, de não retorno, a meio caminho.

só lhe resta morrer.

domingo, 14 de junho de 2009

...



When I see me in your heart
I just want to go blind
When I build coffin worlds with words
I just want a place to hide when old guests meet new regrets
My daylight fades to grey when our days bring guilt and shame
My heart turns black
These are my tombs painted black and blue
These are my tombs painted just for you
Goodnight, goodnight
Dear goodbye
Black rose, be my light in the darkest of days
Be my heart in the darkest of nights
Be my heart

converge - grim heart/black rose

quinta-feira, 11 de junho de 2009

um bom perfil

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Uma bala de mel que penetrou o peito da estátua. Que furou pelo pescoço e inundou o crânio. Que adoçou os lábios. Que contaminou os olhos.

A loucura é a máxima pretensão cardíaca. Induzi-la por letras é um artefacto muito raro. Requer mãos que sejam simultaneamente patas, barbatanas, periscópios em crateras de vulcão, aquários intactos nos escombros de um terramoto.

A loucura não é uma conclusão de sofá, um apontamento da inteligência.

Todos os equívocos nascem da distinção entre poema e poeta. Como entre poema e leitor. Como entre poeta e leitor. Acordar é abrir um livro de poemas. Adormecer é abrir um outro livro de poemas.

Ervas que se queimam por contacto com o corpo, vapor de suor num cachimbo. A poesia é o único tóxico que negoceia vida.

Tudo o que pode ser visto, escutado, inspirado, provado, tocado, forma a placenta cinco vezes real que treme. Só há, portanto, um alimento: a imanência. O acto sexual é a abertura de um poço de líquido amniótico.

Creio que o amor está sujeito ao Princípio da Incerteza de Heisenberg: quanto mais sabemos da sua velocidade, menos sabemos da sua posição, e vice-versa. O amor é, por isso, todas as graduações de velocidade e posição.

Reforço o que disse anteriormente: se um poema não tomou de assalto um homem, das duas uma: ou não era poema, ou não era um homem. Resolver em sede de tribunal. Ou na rua.

O único veneno é a saúde de ferro, sem uma febrezinha sequer para compor o coração.

Vasco Gato

terça-feira, 2 de junho de 2009



o possível auto-retrato 1

segunda-feira, 1 de junho de 2009

o caminho já se fazia longo
e o caminhante estava carregado de vincos.
decidiu então; na próxima manhã viajar de comboio

a manhã chegou
e o comboio chegou-lhe colado.
aí o caminhante percebeu,
que para viajar de comboio;
só era válido depois de obliterado.

sexta-feira, 29 de maio de 2009



que é como quem cospe de fininho "bom fim-de-semana"

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Entimema

Nuno depois de 4horas de sono, continuo o que este nos interrompeu;
O apaixonado é um ladrão irremediável,
como tal; furta o apaixonante imperceptivelmente,
até que; quando este se apercebe,
já está nu.

logo;
paixão
s.f.
nevrose mental em que predomina o desejo irresistível de furtar

então;
amor
adj.
nu

será isto?

terça-feira, 26 de maio de 2009

estou curioso para ouvir as novidades destes senhores:

1.


2.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

"It's better to live one day as a lion,
than a thousand years as a lamb."



atitude!
...




And now, it's time to leave and turn to dust...
ou nuvem

domingo, 24 de maio de 2009

nem a vida é mensurável nem viver é uma tarefa

hoje sento-me à entrada desta casa em permanente construção.
sentado a coisa torna-se sempre mais fácil, daí não ter sido preciso muito tempo de reflexão para me aperceber, que a coisa continua na mesma desde a ultima vez que aqui me sentei,
o rio continua a saber o seu rumo, 
e eu sem saber o rumo à coisa.
e é uma coisa estúpida quando digo;
vou-te desperdiçar porque não te sei aproveitar.


sexta-feira, 22 de maio de 2009

um alpinista à procura de horizontes palpáveis aos olhos




lunch soundtrack

terça-feira, 19 de maio de 2009

as mais sinceras desculpas

eu admito;
sou meio culpado (ou sustenido de culpado, como quiserem).
Desculpem pessoas residentes ou transeuntes no horário 09h.15min. a 09h.46min. na/pela paragem do autocarro nº6 de Algés, pelas minhas danças matinais/movimentos corporais ofensivos.






















mas caramba, não é fácil!
é muito cedo! e o pé rebelde, o ombro malandro, e a mão direita travoltiana que se levanta acompanhada do movimento másculo de cintura jacksonesca, são indomáveis quando o cérebro ainda está dormente...
mas tenho cãibras às 09h50min.! ahh! as cãibras já não vos interessa, não é.



injustos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"even when the strings are cut,
the music carries on
in the plumbings of our hearts"


para vocês,
Ricardo e Catarina

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ugar

quarta-feira, 13 de maio de 2009

efeito placebo


os dias que me começam com o espelho a ralhar-me a barba e o cabelo,
procedem a dias que acabam com o puff a ralhar-me o cansaço que lhe provoco nas costas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

tenho saudades tuas

terça-feira, 5 de maio de 2009

depois de uma corrida até à ponte



" A flor no favo poisa apenas o silêncio "

segunda-feira, 4 de maio de 2009

ponto 6


ponto 7


ponto 8


ponto 9


"para encontrar o golpe no sono"
vou dormir

domingo, 26 de abril de 2009

ponto 1


ponto 2


ponto 3


ponto 4


ponto 5

quinta-feira, 16 de abril de 2009

123 macaquinho do chinês

Digo isto com a mesma confiança que hoje pendurei o saco na pega do chapéu e dei uns quantos saltos cheios de aparato hollywoodesco, e, no enquanto (que é aquele período pós-suspensão/pré-queda que naturalmente é passado em câmara lenta), acabei comigo, ao contar os saltos que ficaram, no meio, por dar. Caí pusilânime, e no flashback pós-bater-de-cabeça-na-calçada lembrei-me do quando, aquele quando me ensinaram que o todo não equivale à mera soma das partes, e o que em termos de justiça é um picotado para futuro decalque, matematicamente figura-se numa perna curta para grandes corridas.
Levanto-me e concluo:
destroços; são a conclusão dimanada das premissas,
mas por sua vez, destroço; é a consequência da guerra de palavras em boca alheia,
e que ao amor,
ao amor é o silêncio que assola.

sábado, 11 de abril de 2009

insisto em dizer que
tudo é uma questão de temperatura

segunda-feira, 6 de abril de 2009



Ay Caramba!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

0:03 - 0:57 - 2:08;

palmada nua em coração nu,
ou por outras palavras:

hoje só me apetece chorar.

Nova passante


3. algum
mozárabe ou andaluz
decerto
……………..te dedicaria
um concerto
…………………para guitarras mouriscas
e cimitarras suicidas
(mas eu te dedico quando passas
no istmo de mim a isto
este tiroteiro de silêncios
………esta salva de arrepios)



Carlito Azevedo, As Banhistas

quinta-feira, 2 de abril de 2009

porque o cego me faz inspirar, reter, expirar, e ver


porque o no, em gostar de ti, é i.men.su.rá.vel
e, claro que o, guardar para mim, é idiota
e inquebrável com abraços, ou beijos, ou beijo e abraço,
digo-te, porra, ou caramba.


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Djing life, ou; 3 músicas

*1; dancing


*2; pleasurly



*3; beheaded

TSK TSK TSK

terça-feira, 31 de março de 2009

Twitter

31 de Março;
4 da manhã e quarto arrumado.
31 de Março;
8.30 da manha e alergia
31 se Março;
9.30 da manha e alergia
31 de Março;
11.30 da manha alergia
31 de Março;
14.00 da tarde, alergia e esplanada do mercado de queijas
31 de Março;
17.00 da tarde e alergia
31 de Março;
21.30 da noite, alergia e cuzcuz
31 de Março;
23.00 alergia e star wars
32 de Março;
02.00 da noite, alergia e uma cerveja para o Nuninho.

domingo, 29 de março de 2009

porque;

"Se eu pudesse explicar
o que as coisas significam,
não teria a necessidade
de dançá-las."

Isadora Duncan

sexta-feira, 27 de março de 2009

falem baixinho por favor.

sexta-feira, 20 de março de 2009

não ter nada, nem nada


a rapidez como o não ter pasta de dentes nem pente
ganhou pernas torneadas, braços musculados, abdómen definido
e me deu uma carga de porrada bem merecida,
foi impressionante.
não tens na da nem na da pa ra me dar! - gritou compassadamente enquanto dava os últimos pontapés na cabeça.

sexta-feira, 13 de março de 2009

hedonismo, Ovídio e uma conversa de almoço com pessoas fascinantes e muito provocadoras

tomando o amor como um processo,
para sua perfeita realização, é necessária
a manutenção periódica, pois precisamos saber se os
padrões mudaram com o passar do tempo.


Anticonstitucionalmente


vendi seguros do BES
roupa e acessórios da Pepe Jeans
e o gosto por Warhol.
mas numa conversa de café sou um iconoclasta,
moderno, de plástico.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Magyar Posta

com cabeça à banda e barba cinzenta
tem um ar de Mário naquele sorriso matinal autista ébrio de amor.
todas as manhãs dá as suas voltas naquele fragmento de jardim.
o espaço é sempre o mesmo; o fragmento de, o todo para ele.
toma-o como seu e consequentemente seguro, sorri.
As voltas que nele dá são elipses infinitas paralelas a "pi"

e o que para mim é antagónico de liberdade,
para ele; outra elipse livre no seu todo.
hoje sento-me num banco de um volvo para 36 pessoas sentadas e 22 de pé,

sou antípoda a ele, um irmão homologo quimicamente,
li demasiado Darwin.
mas sinto saudades.

terça-feira, 10 de março de 2009

já tinha saudades do cheiro a noite

a nuca já faz amor com o cérebro
e eu entretanto fecho os olhos.
o flamingo sara as feridas aquando encontrar uma raposa que lhe ofereça água numa taça plana, ou; como o post anterior perderia todo o sentido se o Al Pacino fosse meu pai


sexta-feira, 6 de março de 2009

o flamingo que não sabe andar de barco

Ela, tinha um vestido beringela a condizer com as bochechas, e estes dois juntos, formavam o par mais bonito que ele seguramente já tinha visto. Pois então, seguro de si e do seu casaco preto aproximou-se dela, e num soluço, convidou-a para dançar. Um convite feito na imediata esperança que ela dissesse logo ali que não, que não era a cena dela, que ele não se devia deixar enganar pelas bochechas ou levar pelo vestido, pois o que ela gostava mesmo era de jogar básquete. Mas ela disse que sim, e ele, culpou o casaco, e não voltou atrás.
Sem saber como começar ele inclina-se para o ouvido dela e diz, que na verdade ele é só casaco, que não sabe mesmo dançar, ao que ela lhe responde com um sorriso de quem já o tinha topado à distancia, que o importante é uma mulher com passado um homem com futuro e o espaço entre eles, e começava-se a ouvir em crescendo, páparápará pá páparápará pá, e os ombros começam a mexer, páparápará pá, e o pescoço, páparápará rá, e a cabeça, páparápará pá, enlaçasse uma mão na cintura e pá pá pá pá párará rá, e repete o refrão, páparápará pá páparápará pá, e os ombros continuam a mexer, páparápará pá, e o pescoço e a cabeça, páparápará pá, dá-se um nó entre dedos, e pá pá pá pá párará rá, e ele atira um pé para a frente, páparápará pá, atira o mesmo para trás, páparápará pá, o outro para a frente, dois passos para a direita, um passo para trás, páparápará pá, e ele a entusiasmar-se, pá pá pá pá párará rá, e ela a deixar-se levar, pá pá pá pá párará rá, e ele já inventa passos maiores que a perna, páparápará pá, um passo para a frente, páparápará pá, dois para trás, páparápará pá, avança para a direita, recua para a esquerda, roda, ombro, pescoço, mão, dedos, ele dança tudo o que não sabe, e ela deixa-se levar, páparápará rá, e passo para a frente e passo para trás, para ele; eles já dançam, para ela; estão prontos para dançar, e aí, ele mistura os passos e as mãos e os ombros troca as pernas com os dedos com o pescoço qual esquerda qual direita e quando vai a cair segura-se instintivamente no vestido dela e, pá pá pá pá pará pchhh, ele de beringela a olhar para ela do chão, e ela coberta de vermelho, e olham um para o outro, sem saber o que fazer, pois ambos sabiam o que dizer, deviam apostar no básquete, mas ninguém diz.

quarta-feira, 4 de março de 2009

...and he shoots #4





ele corre faz três episódios e meia lua de relvado,
(se o rabo falasse diria; o verde dos calções foi falta do cansaço)
usa o seu último combo de forças e remata,

e silêncio, o silêncio, e o silêncio,
tornam-se público.
provocação #3


... #2


terça-feira, 3 de março de 2009

música merecida #1



segunda-feira, 2 de março de 2009

conversa de pai e filho;

- rascunho, não sejas mau para o post,
olha que eu estou a ver.
- mas foi ele que começou, pai.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Be Kind Rewind
Cada vez que passo no mercado da ribeira,
levo;
um quilo de palavras mais um quilo de silêncio.
um saco; preto, isso sei.
agora, o que mais me pesa;

não o sei.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Colado no céu da boca

Sempre
Iremos sempre mais longe sem darmos um passo

E de planeta em planeta
De nebulosa em nebulosa
O D. Juan dos mil e três cometas
Mesmo sem se mover da terra
Procura as novas forças
E toma a sério os fantasmas

Esquecem-se tantos universos
Quem são os grandes desmemoriados
Quem pois saberá fazer-nos esquecer esta ou
aquela parte do mundo
Onde está o Cristóvão Colombo a quem se deve
o olvido de um continente

Perder
Mas perder como não há memória
Para dar lugar à descoberta
Perder
A vida para reencontrar a vitória

guillaume apollinaire em O século das nuvens

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

a grande guerra do pós-almoço

Cenário; mercado de queijas
Guerreiros; café, revista, i-pod
Locutor; Sol
Vencedor; i-pod

cântico v i-torioso:
un matin aussi léger
et j'à lui peser une tonne

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

gato-sapato

iam os dois; o indicado pelo seu amigo, e quem seu amigo é.
quando chegaram; para o que iam, apresentou-se; olhos verdes, rasgados e fato preto.
abriu-lhes a mesa;
"Time is running out for us"
apercebendo-se de, para o que ia, o indicado; nada timorato, recusou. qual despir seu andar cerrado, qual sapato, qual quê. nada importuno pois; quem seu amigo é, conhecia para o que ia, e lá foi, vaidoso de gato, com um belo pé enfiado no cu.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

porque batalhas?
seu tonto,

dança. Atalha

Lynching

em minha defesa apelo;
defeito como feitio, e que, por certo, feitio por defeito não é defeito.
O juiz declara-me;
amiúde
a sentença; verter a água que preenche parcialmente um balde preto para um outro igual mas, por sua vez, vazio, de modo a que, este último, por defeito, fique (por sua vez) parcialmente cheio. Quando este, assim o ficar, repetir o acto para o que entretanto, por defeito, ficou vazio. Repetidamente, metodicamente.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fénix

Percorres-me o rosto sem te importares com as curvas que te imponho, danças ao seu sabor, transparentemente segura de ti, de ti despreocupada. Descalças-te, comes-me as feições, tornas a minha pele veludo, veludo vermelho, e ardes-me os segredos. Com eles danças, rodopias, danças, rodopias, até que extenuada cais nos meus lábios, e eu amparo-te, sabes-me a mar, e nasces-me de novo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

mensagem inquietante à uma da manhã

É bom saber que podemos. Contar com, a qualquer hora. Mesmo que não precises de. Contar, ou, contar a. Naquele momento, precisamos de. Eu sei. É bom saber, mesmo que.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Zanetti

hoje reparei que o meu café está cada vez mais crescido, qualquer dia está uma caneca feita, a tirar-me o sono e a dar-me cabo dos nervos.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

conversa de orelha

o estômago em tom assertivo para com a boca deu uma afta ao lábio e cheio de azia ainda lhe disse num tom gutural "vê se te fechas senão para a próxima quem paga é a língua". Eu que assisti a tudo só pensava, ainda bem que não foi com o fígado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Wall-e e as expressões que me ficaram na boca pt.2

do céu caem coisas do arco-da-velha, são coisas e lousas*
*do céu caem coisas extraordinárias, coisas que não se pretendem explicar


(é tão, tão bonito, lamechei babiranho. mesmo)
Wall-e e as expressões que me ficaram na boca

é preciso procurare* para descooperire
*recolligere/accumulare/expellere multo lixu

corro em direcção à ponte vermelha

e desfaço-me entre o nevoeiro de carros atracados em Alcântara

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

To robe or not to robe

Um homem solteiro, que viva sozinho num espaço seu, pode fazer muita coisa. Aí não tenho qualquer dúvida. Mas será que pode comprar um Robe?
Pressuponho que a policia dos robes (presidida por Sir. HEFNER, Hugh) tem multas pesadas para esse tipo de contra-ordenação, e eu já tenho multas que me cheguem.

Ahh que se dane! até pode ser que em azul cueca não seja muito grave.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

olhos bonitos, olhos que comem (momento 2 de 2)



*
são olhos que comem, (o tudo, o bonito, o cheio, a cor) estes, esses, e (os mesmos) que nos devolvem (o silencio, o vazio, o branco, o nada).

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

olhos bonitos, olhos que comem (momento 1 de 2)
namoro em 2 partes

parte1*
"tens uns olhos tão bonitos", dizia-me.
"sim, eu sei. Mas temos todos.", respondia eu.


parte2*
"só tens olhos para o que não interessa", dizia-me.
"só tenho olhos para ti.", respondia eu.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

14:26/7

De onde voas? Do nada.
Para onde voas? Para o nada.
Somos feitos de nada, mas entre nós e o céu não há ninguém.
secção/sub-secção dos congelados

Há muitas casas, infinitos caminhos,
perdemo-nos para que depois nos possamos voltar a encontrar, dizem, dizemos, digo; Por sua vez a casa não tem nada, está vazia, mas ao mesmo tempo é tudo, não pode ser mais nem melhor. O importante é o caminho até chegar, lá.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

1984

"il faut que jeunesse se passe"

um beijo. dois

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

E assim se fazem 2 da manhã

"Viste aquele susto?"
perguntou a admiração
"Era tão bonito."
respondeu a surpresa.

ou terá sido vice-versa?
desculpem, mas já era tarde
e o sono chamou-me a meio
"atenção! chega aqui!"

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

fiu fiu ou bich bich



Ontem enquanto andava por aí, perdido entre passeios e varandas, conheci um jovem casal de gatos. Ele preto e pintor, ela branca e doméstica, Goya e Ivites, falavam descontraidamente partilhando aquele pequeno parapeito da janela de fundo azul. Goya aborda-me gentilmente, "Sabe, ando preocupado, tenho uma filha assim pela sua idade, e no outro dia, estava a comer borboletas para as flores que tem na barriga", "ela estava era a comer flores para as borboletas que tem na barriga", corrige Ivites, "tu és pior que ela. Ainda compactuas com as maluquices daquela rapariga.", suspirou Goya, "ela já tem idade para miar mais e falar menos, mas para ti será sempre pequenina", Ivites, abana os ombros como só uma mãe sabe fazer em resposta a um pai, e desvia o olhar para se entreter com um novelo qualquer. "O Rato anda a cansá-la sabe, acho que ela não se anda a alimentar muito bem", diz-me Goya, "ela sabe tratar de si, e não vês o quanto anda feliz? Vá, não sejas pai galinha.", diz Ivites.
Aquele sítio cheirava-me a café, e eu, fui-me deixando ficar, não resistindo ao aroma da conversa. O dia foi adormecendo mesmo à minha frente, mas o cheiro a café foi-se mantendo, e eu, ficando, preso, naquele simpático jovem casal de gatos, e às suas histórias de uma filha pequena, à qual ainda não sabia a cor. Goya interrompe a nossa conversa sobre uma qualquer actriz morena sensual para me dizer, "olhe. aí vem a minha pequenina", foi aí que vi alguém aparecer do escuro, realmente pequenina, mas com 15quilos de amor para lhes dar, vinha entretida, e entre uma qualquer canção num inglês aprendido a passar a ferro, e uma valsa de baile social, nem me viu. "Qual é a tua cor?", perguntei.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Rato

O caracol bem me diz que não vale a pena tanto pranto,
"é coisa pouca", diz ele
mas eu estou elefante de medo.
Star Wars

passei pelo espelho
e alguém me disse
"huaaahhhh" (melhor interpretação sonora do chewebacca que consigo)

está na altura de fazer a barba.
um passeio de barco




na minha cabeça a música é esta.
e nas vossas?
de manhã faz-se silêncio de 5 em 5 minutos

gosto desta St. Matthews Street,
a vista é bonita daqui,
o rio
o rio, o céu
o rio, o céu, o mar
sei lá, podia estar aqui horas,
juro.
e pela segunda vez, uma rapariga que eu não conheço de lado algum,
sussurra-me ao ouvido

"this i know
she doesn't love you like i do
yes it's clear
she'll never love you like me"


preciso de:
opção 1. um café duplo,
de vestir o meu casaco de cabedal,
e de virar a gola para cima.

ou,
opção 2. dormir 8 horas.

mas amanhã penso nisso.

sábado, 3 de janeiro de 2009

fantástico

Não sei como terminou. Só de pensar o quanto terminal é essa palavra fecho os olhos com muita força. Porque assim o vi em filmes, e noutros filmes, que quando não queremos uma coisa, basta fechar os olhos com muita força e ela vai embora, como quem não gosta de ser ignorada, altiva, vira a cara em "pffs" e vai-se embora, em bateres de pé. Mas não me interessa. Eu não oiço nada. Não oiço nada do que terminou. Não sei mesmo como terminou. Mas terminou comigo a saber como. Terminou. Como eu queria. E acabei por não saber como. Como queria. E começou de novo, como tudo o que tendencialmente acaba. No inicio, como tudo o que inevitavelmente começa. Começou em mim, com vocês, ou em vocês, comigo. Começou em muitos lados, mas todos no mesmo sitio, aqui.

humm

humm

humm

humm