sábado, 15 de agosto de 2009

De saída

acho que é nesse autocarro que vais. onde espero pelo rasgar dos botões no abismo do tecido. e a estrada roda e morde como se estivesses aqui. e o braço dói, como tu sabes, quando o tempo muda. acho que é nesse autocarro que vais. e fico a pensar se me ouves quando por nada dizer tudo se conhece. acho mesmo que é nesse autocarro que vais. mas se não for não importa. a verdade há-de falar da generosidade do brilho. ficas agora a pensar se é nesse autocarro que vais. e digo-te que não. a estrada é pelo caminho mais curto onde as mãos são carvão de lápis a descobrir permanências. não penses que é nesse autocarro que vais.
eu também não.

Maria Quintans

Sem comentários: