sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

mensagem inquietante à uma da manhã

É bom saber que podemos. Contar com, a qualquer hora. Mesmo que não precises de. Contar, ou, contar a. Naquele momento, precisamos de. Eu sei. É bom saber, mesmo que.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Zanetti

hoje reparei que o meu café está cada vez mais crescido, qualquer dia está uma caneca feita, a tirar-me o sono e a dar-me cabo dos nervos.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

conversa de orelha

o estômago em tom assertivo para com a boca deu uma afta ao lábio e cheio de azia ainda lhe disse num tom gutural "vê se te fechas senão para a próxima quem paga é a língua". Eu que assisti a tudo só pensava, ainda bem que não foi com o fígado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Wall-e e as expressões que me ficaram na boca pt.2

do céu caem coisas do arco-da-velha, são coisas e lousas*
*do céu caem coisas extraordinárias, coisas que não se pretendem explicar


(é tão, tão bonito, lamechei babiranho. mesmo)
Wall-e e as expressões que me ficaram na boca

é preciso procurare* para descooperire
*recolligere/accumulare/expellere multo lixu

corro em direcção à ponte vermelha

e desfaço-me entre o nevoeiro de carros atracados em Alcântara

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

To robe or not to robe

Um homem solteiro, que viva sozinho num espaço seu, pode fazer muita coisa. Aí não tenho qualquer dúvida. Mas será que pode comprar um Robe?
Pressuponho que a policia dos robes (presidida por Sir. HEFNER, Hugh) tem multas pesadas para esse tipo de contra-ordenação, e eu já tenho multas que me cheguem.

Ahh que se dane! até pode ser que em azul cueca não seja muito grave.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

olhos bonitos, olhos que comem (momento 2 de 2)



*
são olhos que comem, (o tudo, o bonito, o cheio, a cor) estes, esses, e (os mesmos) que nos devolvem (o silencio, o vazio, o branco, o nada).

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

olhos bonitos, olhos que comem (momento 1 de 2)
namoro em 2 partes

parte1*
"tens uns olhos tão bonitos", dizia-me.
"sim, eu sei. Mas temos todos.", respondia eu.


parte2*
"só tens olhos para o que não interessa", dizia-me.
"só tenho olhos para ti.", respondia eu.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

14:26/7

De onde voas? Do nada.
Para onde voas? Para o nada.
Somos feitos de nada, mas entre nós e o céu não há ninguém.
secção/sub-secção dos congelados

Há muitas casas, infinitos caminhos,
perdemo-nos para que depois nos possamos voltar a encontrar, dizem, dizemos, digo; Por sua vez a casa não tem nada, está vazia, mas ao mesmo tempo é tudo, não pode ser mais nem melhor. O importante é o caminho até chegar, lá.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

1984

"il faut que jeunesse se passe"

um beijo. dois

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

E assim se fazem 2 da manhã

"Viste aquele susto?"
perguntou a admiração
"Era tão bonito."
respondeu a surpresa.

ou terá sido vice-versa?
desculpem, mas já era tarde
e o sono chamou-me a meio
"atenção! chega aqui!"

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

fiu fiu ou bich bich



Ontem enquanto andava por aí, perdido entre passeios e varandas, conheci um jovem casal de gatos. Ele preto e pintor, ela branca e doméstica, Goya e Ivites, falavam descontraidamente partilhando aquele pequeno parapeito da janela de fundo azul. Goya aborda-me gentilmente, "Sabe, ando preocupado, tenho uma filha assim pela sua idade, e no outro dia, estava a comer borboletas para as flores que tem na barriga", "ela estava era a comer flores para as borboletas que tem na barriga", corrige Ivites, "tu és pior que ela. Ainda compactuas com as maluquices daquela rapariga.", suspirou Goya, "ela já tem idade para miar mais e falar menos, mas para ti será sempre pequenina", Ivites, abana os ombros como só uma mãe sabe fazer em resposta a um pai, e desvia o olhar para se entreter com um novelo qualquer. "O Rato anda a cansá-la sabe, acho que ela não se anda a alimentar muito bem", diz-me Goya, "ela sabe tratar de si, e não vês o quanto anda feliz? Vá, não sejas pai galinha.", diz Ivites.
Aquele sítio cheirava-me a café, e eu, fui-me deixando ficar, não resistindo ao aroma da conversa. O dia foi adormecendo mesmo à minha frente, mas o cheiro a café foi-se mantendo, e eu, ficando, preso, naquele simpático jovem casal de gatos, e às suas histórias de uma filha pequena, à qual ainda não sabia a cor. Goya interrompe a nossa conversa sobre uma qualquer actriz morena sensual para me dizer, "olhe. aí vem a minha pequenina", foi aí que vi alguém aparecer do escuro, realmente pequenina, mas com 15quilos de amor para lhes dar, vinha entretida, e entre uma qualquer canção num inglês aprendido a passar a ferro, e uma valsa de baile social, nem me viu. "Qual é a tua cor?", perguntei.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Rato

O caracol bem me diz que não vale a pena tanto pranto,
"é coisa pouca", diz ele
mas eu estou elefante de medo.
Star Wars

passei pelo espelho
e alguém me disse
"huaaahhhh" (melhor interpretação sonora do chewebacca que consigo)

está na altura de fazer a barba.
um passeio de barco




na minha cabeça a música é esta.
e nas vossas?
de manhã faz-se silêncio de 5 em 5 minutos

gosto desta St. Matthews Street,
a vista é bonita daqui,
o rio
o rio, o céu
o rio, o céu, o mar
sei lá, podia estar aqui horas,
juro.
e pela segunda vez, uma rapariga que eu não conheço de lado algum,
sussurra-me ao ouvido

"this i know
she doesn't love you like i do
yes it's clear
she'll never love you like me"


preciso de:
opção 1. um café duplo,
de vestir o meu casaco de cabedal,
e de virar a gola para cima.

ou,
opção 2. dormir 8 horas.

mas amanhã penso nisso.

sábado, 3 de janeiro de 2009

fantástico

Não sei como terminou. Só de pensar o quanto terminal é essa palavra fecho os olhos com muita força. Porque assim o vi em filmes, e noutros filmes, que quando não queremos uma coisa, basta fechar os olhos com muita força e ela vai embora, como quem não gosta de ser ignorada, altiva, vira a cara em "pffs" e vai-se embora, em bateres de pé. Mas não me interessa. Eu não oiço nada. Não oiço nada do que terminou. Não sei mesmo como terminou. Mas terminou comigo a saber como. Terminou. Como eu queria. E acabei por não saber como. Como queria. E começou de novo, como tudo o que tendencialmente acaba. No inicio, como tudo o que inevitavelmente começa. Começou em mim, com vocês, ou em vocês, comigo. Começou em muitos lados, mas todos no mesmo sitio, aqui.

humm

humm

humm

humm